Se eu tivesse o dom da profecia, se conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, se tivesse toda a fé, a ponto de remover montanhas, mas não tivesse amor, eu nada seria. ( I Coríntios 13.2 )

sábado, 7 de janeiro de 2012

Amigo irmão!!!


Amigo irmão

Irmão como posso ti esquecer
eu achava que você morava
no meu coração mais evolui e
passei a compreender que você

Faz parte do meu ser talvez não
por mim nem por você mais pelo
Senhor Criador do amor que permiti
todos os dias Eu ainda que esteja longe

Lembrar de você meu amigo irmão escolhido
pelo Senhor, que o Sol deste dia ilumine todo
o seu Ser interior, sol do Criador do Amor!!!

      Charles o Poeta Reciclador!!!
       85101010


Sara esposa de Abraão - Conhecendo melhor Bíblia - Exegese!!!


Na continuação da figura de Abraão aparece a figura de Sara, esposa Abraão, mulher estéril, já de idade avançada, a quem é prometido um filho, a quem chamamos «o Filho da Promessa».

Sara era a mulher de Abraão, que se chamava Sarai, mas que, por mandado de Deus, se ficou a chamar Sara:

- “Deus disse a Abraão”: "Não chamarás mais à tua mulher Sarai, mas Sara”. (Gn. 17,5).

A mudança de nome, que aconteceu algumas vezes no Antigo Testamento, significa uma especial missão divina.

Sarai deixa de ser Sarai para ser Sara, que significa "princesa", porque irá ser a mãe de uma numerosa descendência.

Sara era estéril e de idade avançada, por isso, segundo a lei, disse a seu marido que tomasse a sua escrava Agar, para lhe dar descendência:

- “Visto que o Senhor fez de mim uma estéril, peço-te que vás ter com a minha escrava. Talvez, por ela, eu consiga ter filhos”. (Gn. 16,).

A lei da Mesopotâmia desse tempo, que conhecemos através do código de Hammurabi, embora favorável à monogamia, autorizava o marido, no caso de a mulher ser estéril, a tomar uma segunda mulher, ou então dava à mulher estéril a possibilidade de oferecer ao marido a sua própria escrava, para que ela tivesse filhos.

A narrativa bíblica mostra-nos como Abraão se acomoda a este segundo caso, previsto na lei do seu país de origem.

Agar gerou um filho a quem, por mandado de um anjo, deu o nome de Ismael.

- “O anjo do Senhor” disse-lhe ainda: «Estás grávida, vais ter um filho, e dar-lhe-ás o nome de Ismael, porque o Senhor escutou a voz da tua angústia». (Gn. 16,11).



Mas Sara, por graça de Deus, teria também um filho, prometido por Deus.

Um dia apareceram três homens à entrada da tenda de Abraão.

Um deles disse:

- Passarei novamente pela tua casa dentro de um ano e nesta mesma época, e Sara tua mulher, terá já um filho. (Gn. 18,10).

Sara que ouviu como era já de idade avançada, e estéril, riu-se e pensou:

- “Velha como estou, poderei ainda ter esta alegria, sendo também velho o meu marido?” (Gn. 21,12).

Mas, na verdade, Sara ainda concebeu e deu à luz o seu filho a quem pôs o nome de Isaac. (cf. Gn.Capítulo XXI).

Depois que nasceu Isaac, Sara expulsou a sua escrava com seu filho. (Gn. 21,8-14).

Sara faleceu com cento e vinte e sete anos, e foi sepultada em Kirath-Arba, a actual Hebron, na terra de Canaã.(Gn.23,l-2).

No Novo Testamento Sara é mencionada nas Epístolas.

S. Paulo diz que os filhos da Promessa é que são os verdadeiros descendentes:

- “Os filhos da promessa é que são contados como descendentes”. Porque os termos da Promessa são estes: "Por esse tempo Eu virei e Sara terá um filho”... (Rm. 9,8).

S. Paulo refere-se à sua esterilidade como uma ocasião para a fé de Abraão:

- “Sem vacilar na fé, não tomou em consideração o seu próprio corpo, já sem vigor por ser quase centenário, nem o seio de Sara, já sem vida’.(Rom.4,19).

Sara era a mulher livre a quem ficou confiada uma promessa:

- “Pois está escrito que Abraão teve dois filhos: Um da escrava e outro da mulher livre. Mas o da escrava nasceu segundo a carne, e o da mulher livre (Sara), em virtude da Promessa”. (Gal. 4,22-23).

Sara concebeu pela fé.

É o modelo da mulher obediente que chama senhor ao seu marido:

- “Pela fé, também Sara, apesar da sua avançada idade, recebeu a virtude de conceber porque acreditou na fidelidade d'Aquele que lhe tinha prometido”... (He. 11,11).

- “Como Sara que obedecia a Abraão, chamando-o seu senhor”... (1 Pe.3,6).

E o filho da Promessa chamou-se Isaac:

- «Sou Eu quem ti afirma: Sara, tua mulher, dar-te-á um filho, a quem chamarás Isaac.” Farei uma aliança com ele, aliança que será eterna para a sua posteridade depois dele”.(Gn.17,19).
Exsurge Domini!!!


O Chamado de Abraão - Conhecendo melhor Bíblia - Exegese!!!


Depois de Noé e depois da Torre de Babel, a personagem mais importante que a Bíblia nos apresenta é Abraão.

De acordo com a Bíblia, Deus escolheu Abraão, chefe de uma tribo da Mesopotâmia, para ser o Pai da nação de Israel.

Por isso ele é tradicionalmente considerado antepassado dos Hebreus (através de Isaac) e dos Árabes (através de Ismael), e é celebrado pela sua fé.

Deus falou a Abraão em Harran e disse-lhe que deixasse a sua terra para ir para uma nova terra; disse-lhe ainda Deus que através de sua mulher, Sara, a chamada estéril, a sua descendência tornar-se-ia uma grande nação.

- “““ Já te “não chamarás -”“ Abrão” -, mas Abraão, porque Eu farei de ti o pai de inúmeros, povos”. (Gen. 17,5).

Obedecendo à voz de Deus, Abraão deixou a sua terra:

- “Taré tomou Abraão, seu filho, Lot, filho de Harran, seu neto, e Sarai, sua nora, e mulher de Abraão, seu filho, e partiu com eles de UR, na Caldeia, e dirigiram-se para a terra de Canaã”. (Gen. 11,37).

Portanto a Bíblia só nos revela que o pai de Abraão era Taré, tinha dois irmãos e a sua esposa era Sarai (Sara).

Originários da Mesopotâmia emigraram para Oeste.

O Génesis pouco mais diz sobre a vida de Abraão, mas as gerações posteriores encarregaram-se de preencher este vazio.

Por exemplo, o chamado Livro dos Jubileus, escrito no século II A.C. foi escrito a respeito da vida de Abraão, e diz que aos 14 anos ele rejeitou o culto aos ídolos de seu pai.

Depois, durante muitos anos, insistiu com a sua família para renunciarem à sua prática de prestar culto aos ídolos, e, com a idade de 60 anos deitou fogo a casa onde se prestava culto aos ídolos.

Enquanto a sua família tentava apagar o fogo, seu irmão Haran morreu nas chamas.

Depois, esse mesmo Livro dos Jubileus mostra que Deus chamou Abraão por causa da sua cruzada contra a idolatria.

Segundo o Génesis, Abraão foi com a sua família para o lugar de Siquém nas terras de Canaã:

- “Abraão partiu como o Senhor lhe dissera, levando consigo Lot. Quando saiu de Harran, Abraão tinha setenta e cinco anos. Tomou Sarai, sua mulher, e Lot, filho de seu irmão, assim como todos os bens que possuíam e os escravos que tinham adquirido em Harran e partiram todos para a terra de Canaã... Abraão percorreu-a até ao lugar de Siquém, até aos carvalhos de Moré”. (Gen. 12,4-6).

Deus prometeu-lhe que lhe havia de dar esta terra:

- “O Senhor apareceu a Abraão e disse-lhe: "Darei esta terra à tua descendência". (Gen. 12,7).

Todavia Abraão viu que esta terra já estava habitada:

- “Os cananeus viviam, então, naquela terra”. (Gen. 12,6).

Passado algum tempo reconheceu que, desafortunadamente, havia fome naquela terra. Abraão teve que emigrar de novo, para sobreviver e foi para as terras do Egito.

Enquanto viajava Abraão teve um estranho pensamento.

Como sabia que sua esposa Sarai era um senhora muito bela, teve medo que os egípcios o quisessem matar para a tomarem por esposa.

Então disse para Sarai:

- “Diz que és minha irmã, para que me não aconteça nada por causa de ti e seja bem tratado e salve a minha vida, graças a ti”. (vid. Gen. 12,10 e seg.)

Quando os egípcios viram a beleza de Sarai, ficaram encantados e o Faraó quis que fosse para o seu harém e mandou que dessem muitos presentes a Abraão.

Consentindo que sua mulher fosse entregue a outro, Abraão pôs em perigo as suas relações com Deus, mas Javé, em vez de castigar Abraão, mandou pragas contra a casa do Faraó.

Logo que o Faraó descobriu toda a verdade, mandou que todos saíssem do Egito.

Em vez de Abraão ser condenado por esta sua atitude, interpreta-se que tudo aconteceu para que Deus preservasse e defendesse as Suas promessas, perante a atitude de Abraão.

Uma vez de novo nas terras de Canaã, como as pastagens não fossem suficientes para Abraão e seu sobrinho Lot, resolveram separar-se.

Lot foi para a planície do Jordão e Abraão fixou-se na terra de Canaã. (Vid. Gen. 13/11-13).

Mas vejamos a viagem de Abraão mais em pormenor.

Viagem de Abraão

"Saiu da sua cidade UR, da casa de seus pais junto ao Eufrates, na Babilónia, e foi até Haran, 960 km para Norte, onde todos descansaram da sua longa caminhada para as terras de Canaã”.

Daí partiu para o Sul, para a Terra Prometida e chegou a Siquém onde levantou um altar ao Senhor.

Logo que Lot partiu, Deus reafirmou a Sua promessa a Abraão:

- “Toda a terra que estás vendo, dar-te-ei, a ti e aos teus descendentes, para sempre. Farei que a tua descendência seja numerosa como o pó da terra (...). Levanta-te, percorre esta terra em todas as direções, porque Eu ti darei”. (Gn. 13,15-17).

Entretanto aconteceram hostilidades e Abraão soube que seu sobrinho Lot tinha ficado prisioneiro.

Organizou um exército de 318 homens, derrotou os inimigos e recuperou os prisioneiros. Na volta da sua batalha, vencedor de Kedor-Iaomer e dos reis seus aliados, Abraão encontrou o Sumo Sacerdote Melquisedec, rei de Salém e deu-lhe a décima parte dos despojos.

Melquisedec, rei de Salém, trouxe pão e vinho e, como era sacerdote do Deus Altíssimo, abençoou Abraão, dizendo:

- “Bendito seja Abraão pelo Deus Altíssimo que criou o Céu e a terra. Bendito seja o Deus Altíssimo que entregou os teus inimigos nas tuas mãos”. Gn.14,19).

Abraão talvez seja a personalidade do Antigo Testamento mais citada no Novo Testamento, pois que ele é o pai de uma numerosa descendência.

O Catecismo da Igreja Católica, que faz várias referências a Abraão, começa por dizer:

59. - Para reunir a humanidade dispersa, Deus escolheu Abrão, chamando-o para "fora do seu país, da sua parentela e da sua casa" (Gn. 12/1), para fazer Abraão, quer dizer, "pai duma multidão de nações" (Gn. 17/5) : "Em ti serão abençoadas todas as nações da Terra"(Gn.l2/3LXX).

60. - O povo saído de Abraão será o depositário da promessa feita aos patriarcas, o povo eleito, chamado a preparar a reunião, um dia, de todos os filhos de Deus na unidade da Igreja. Será o tronco em que serão enxertados os pagãos tornados crentes.

63. - Israel é o povo sacerdotal de Deus, "portador do Nome do Senhor" (Dt. 28/10). É o povo daqueles "a quem Deus falou em primeiro lugar" (MR Sexta-Feira Santa: Oração Universal IV), o povo dos "primogénitos" na fé de Abraão.
 Exsurge Domini!!!

A Aliança entre Deus e o Povo de Israel - Conhecendo melhor Bíblia - Exegese!!!


“Faremos tudo quanto o Senhor tem dito”.

Segundo a tradição, a história da Bíblia começa com Moisés que, segundo a crença geral, é o autor dos livros da Lei – o Torah – o Pentateuco.

Os exegetas modernos têm mostrado que estes livros atualmente contêm algumas coleções de antigas leis e antigas tradições, compiladas e editadas alguns séculos depois de Moisés.

Todavia Moisés permanece como o que primeiro pôs por escrito as Escrituras.

Indubitavelmente, Moisés deixou ao seu povo as primeiras leis escritas, selando os termos da Aliança com Deus.

E os hebreus acreditaram que as leis e as tradições escritas por Moisés verdadeiramente contêm as “palavras e as prescrições da Lei”:

- “Moisés transmitiu ao povo todas as palavras do Senhor e todas as Suas determinações, e o povo inteiro respondeu em uníssono” “Faremos tudo quanto o Senhor tem dito”. (Êx. 24,3).

O livro do Êxodo descreve o povo a responder à primeira palavra verdadeiramente escrita da Lei com um grito:

- “Faremos tudo quanto o Senhor tem dito e seremos obedientes”. (Êx. 24,7).

Desde o princípio sempre o Povo de Deus ficou convencido que as palavras escritas por um autor humano podem representar verdadeiramente a Palavra de Deus.

E estas palavras escritas são uma parte essencial da Aliança de Deus com o Seu Povo – uma Aliança selada com o sangue do sacrifício:

- “Mandou que alguns jovens israelitas oferecessem ao Senhor holocaustos e imolassem touros em  sacrifícios pacíficos...Moisés tomou o sangue e aspergiu com ele o povo, dizendo : “Este é o sangue da Aliança que o Senhor concluiu convosco mediante todas estas palavras”.(Êx,24,5-8).

Mais de 3.000 anos depois do tempo de Moisés, estas realidades permanecem.

Em cada Eucaristia, nós celebramos a nossa própria Aliança com Deus simultaneamente através da Liturgia da Palavra e da participação sacramental no “Sangue da Aliança”.

- “Isto é o Meu sangue, sangue da aliança, que vai ser derramado por muitos”. (Mc. 14,24).

Quando nós proclamamos as leituras da Palavra do Senhor, na Missa, estamos a fazer eco do compromisso da Aliança que fizeram os Hebreus no Sinai há já longos anos.

Perante esta realidade que vai ecoando através dos séculos, não podemos ficar indiferentes para com a mensagem da Bíblia e devemos sentir-nos na obrigação de ler e responder às Palavras escritas como uma Aliança de Deus para cada um de nós.

E ao mesmo tempo devemos sentir-nos gratos pelo dom da palavra escrita, que é a Palavra de Deus que, através da Bíblia, chegou até nós.
Exsurge domini!!!

O Sacrifício de Abraão - Conhecendo melhor Bíblia - Exegese!!!


Depois das ocorrências com o nascimento de Isaac e com o abandono de Ismael, Deus disse a Abraão:

- “Pega no teu filho, no teu único filho, a quem tanto amas, Isaac, e vai à terra de Moriah, onde o oferecerás em holocausto, num dos montes que Eu te indicar”. (Gn. 22,2).

Deus pretendia pôr à prova a fé de Abraão, dando-lhe uma ordem aparentemente contrária à promessa que lhe fizera de uma numerosa descendência na pessoa de Isaac.

Pretendia, além disso, pôr à prova a sua obediência para ver até que ponto Abraão está disposto a sacrificar o que de mais caro tinha no mundo.

Moriah em hebraico significa “visão”.

Segundo a tradição tratar-se-ia da região montanhosa onde mais tarde foi construído o templo de Salomão:

- “Salomão começou, pois, a construção do templo do Senhor, em Jerusalém, no monte Moriah...” (1 Paral.3,1).

Mas é muito difícil precisar a identificação da terra de Moriah, que muitos exegetas modernos dizem ser desconhecida.

Pela narração do Génesis, ficamos, a saber, que no dia seguinte, Abraão aparelhou o seu jumento, tomou consigo dois servos e o seu filho Isaac, partiu lenha para o holocausto, e pôs-se a caminho do lugar que Deus lhe tinha indicado.

Foi uma longa e penosa viagem porque só ao fim do terceiro dia é que Abraão viu o lugar.

Os servos ficaram com o jumento e Abraão apanhou alguma lenha e partiu com seu filho, o qual levava aos ombros a lenha sem bem saber o que se ia passar, mas perguntou a seu pai:

- “Levamos o fogo e a lenha, mas onde está a rês para o holocausto?”. (Gn. 22,7).

Uma boa pergunta a que Abraão também deu uma boa resposta:

- “Deus providenciará quanto à rês para o holocausto”. (Gn. 22,8).

Isaac levava a lenha destinada ao holocausto, no qual devia ser a vítima.

A intenção do autor sagrado é mostrar-nos a obediência do filho, plenamente conforme com a obediência do pai Abraão, que levantou o altar e nele colocou a lenha e o filho bem amarrado.

Mas no momento de imolar o seu filho, um anjo céu, disse-lhe:

- “Não levantes a tua mão sobre o menino e não lhe faças mal algum, porque sei agora que, na verdade, temes a Deus, visto não Me teres recusado o teu único filho”. (Gn. 22,12).

E tal como Abraão tinha profetizado, Deus providenciou, de modo que ali muito perto estava um carneiro que Abraão tomou e sacrificou em substituição do filho.

E pela segunda vez o anjo, em nome de Deus, chamou Abraão e disse-lhe.

- “Juro por Mim mesmo que, declara o Senhor, por teres procedido dessa forma e por não Me teres recusado o teu filho, o teu único filho, abençoar-te-ei e multiplicarei a tua descendência como as estrelas do céu e como a areia das praias do mar... E todas as nações da terra serão abençoadas na tua descendência, porque obedeceste à Minha voz”. (Gn22,16-18).

Depois regressaram todos juntos a Bersabé onde Abraão fixou a sua residência.

E depois de tudo isto, e a seu tempo, Abraão pensou em arranjar uma esposa para seu filho Isaac, pois que ele era agora o único descendente do Patriarca Abraão que seria depois também o novo Patriarca sobre quem assentaria a responsabilidade na continuidade do cumprimento da História da Salvação.
Exsurge Domini!!!

Compreender a Bíblia - Conhecendo melhor a Bíblia - Exegese!!!

“Compreendes porventura o que estás a ler?”.

Para os primeiros Padres e Doutores da Igreja, um dos mais importantes ensinamentos com que deviam instruir os novos cristãos era o de fazer seguir os exemplos dos Apóstolos, segundo os quais, Jesus estava a cumprir a Escritura Judaica.

Os novos batizados, convertidos recebiam uma semana de ensinamento sobre os acontecimentos do Antigo Testamento, que eram entendidos como os anunciadores de Jesus e dos sacramentos.

A história de Filipe e do etíope, eunuco e alto funcionário da rainha de candace está em ligação com a conversão, o baptismo e as Escrituras.

Quando Filipe apresenta Jesus como em cumprimento das Escrituras, e o etíope entende e acredita, ele recebe o baptismo.

Ora o eunuco vinha a ler o profeta Isaías:

- “Como a ovelha foi levada ao matadouro, e como o cordeiro sem voz diante daquele que o tosquia assim Ele não abre a Sua boca”. (Is. 53,7).

Então Filipe perguntou-lhe:

- “Compreendes, porventura o que estás a ler”. (Act. 8,30).

E o eunuco respondeu-lhe:

- “Eu como poderei eu compreender, sem alguém que me oriente?”. (Act. 8,31).

E o eunuco ainda continuou:

- “Peço-te que me digas: De quem fala o profeta? De si mesmo ou de outra pessoa?” (Act. 8,34).

E a partir desta passagem, Filipe explicou e anunciou-lhe Jesus.

Pelo caminho encontraram uma fonte e o eunuco disse a Filipe:

- “Está ali água! Que me impede de ser batizado?” ”Filipe respondeu-lhe: Se acreditas com todo o coração, isso é possível”. “Ele afirmou: Creio que Jesus Cristo é o filho de Deus”. (Act. 8,36).

E a seguir Filipe batizou-o e quando saiu da água, o Espírito arrebatou Filipe e o eunuco não mais o viu.

Há um forte sentido do poder sobrenatural de Deus através deste facto.

Um anjo fala a Filipe:

- “Põe-te a caminho e dirige-te para o Sul, pela estrada que desce de Jerusalém para Gaza, a qual se encontra deserta”. Act. 8, 26).

O anjo torna a falar a Filipe.

- “Vai e acompanha aquele carro”. (Act. 8,29).

Finalmente um misterioso desaparecimento:

- “Quando saíram da água, o Espírito do Senhor arrebatou Filipe e o eunuco já não o viu”. (Act. 8,39).

Em todos estes detalhes nós compreendemos que a descrição da Escritura é verdadeiramente um trabalho do Espírito Santo.

E ainda o Espírito Santo usa mestres humanos para explicarem a Escritura, tal como Deus inspirou autores humanos para a escreverem.

O etíope pergunta:

- “E como poderei eu compreender, respondeu, sem alguém que me oriente?”. (Act. 8,31).

Na nossa leitura da Bíblia, a palavra escrita de Deus, também nós precisamos de alguém ou de alguma coisa (livro ou outro meio de esclarecimento) que nos ajude a compreender a Escritura, os ensinamentos que os Apóstolos receberam diretamente de Jesus.

Esse é o papel da Igreja através do seu Magistério, para comunicar a fé dos Apóstolos segundo a qual Jesus cumpre as Escrituras.

Afinal, como é que cada um de nós procede para poder entender a Bíblia?

Um dia eu disse num E-Mail que nós não podemos sozinhos fazer a interpretação da Bíblia segundo os nossos próprios critérios e alguém me respondeu:

E não por quê?

Nós temos que interpretar a Bíblia segundo os critérios aprovados pela Igreja para não acontecer que haja a respeito de qualquer capítulo ou versículo da Bíblia, uma infinidade de explicações, cada uma delas no interesse de cada um, e nós sabemos que muitas fações religiosas, para defenderem os seus princípios, dão interpretações viciadas da Bíblia.

Temos que ler a Bíblia com humildade para que, quando não compreendemos, vamos perguntar a alguém que nos possa ajudar.
Exsurge Domini!!!