Na continuação da figura de Abraão aparece a figura de Sara, esposa Abraão, mulher estéril, já de idade avançada, a quem é prometido um filho, a quem chamamos «o Filho da Promessa».
Sara era a mulher de Abraão, que se chamava Sarai, mas que, por mandado de Deus, se ficou a chamar Sara:
- “Deus disse a Abraão”: "Não chamarás mais à tua mulher Sarai, mas Sara”. (Gn. 17,5).
A mudança de nome, que aconteceu algumas vezes no Antigo Testamento, significa uma especial missão divina.
Sarai deixa de ser Sarai para ser Sara, que significa "princesa", porque irá ser a mãe de uma numerosa descendência.
Sara era estéril e de idade avançada, por isso, segundo a lei, disse a seu marido que tomasse a sua escrava Agar, para lhe dar descendência:
- “Visto que o Senhor fez de mim uma estéril, peço-te que vás ter com a minha escrava. Talvez, por ela, eu consiga ter filhos”. (Gn. 16,).
A lei da Mesopotâmia desse tempo, que conhecemos através do código de Hammurabi, embora favorável à monogamia, autorizava o marido, no caso de a mulher ser estéril, a tomar uma segunda mulher, ou então dava à mulher estéril a possibilidade de oferecer ao marido a sua própria escrava, para que ela tivesse filhos.
A narrativa bíblica mostra-nos como Abraão se acomoda a este segundo caso, previsto na lei do seu país de origem.
Agar gerou um filho a quem, por mandado de um anjo, deu o nome de Ismael.
- “O anjo do Senhor” disse-lhe ainda: «Estás grávida, vais ter um filho, e dar-lhe-ás o nome de Ismael, porque o Senhor escutou a voz da tua angústia». (Gn. 16,11).
Mas Sara, por graça de Deus, teria também um filho, prometido por Deus.
Um dia apareceram três homens à entrada da tenda de Abraão.
Um deles disse:
- Passarei novamente pela tua casa dentro de um ano e nesta mesma época, e Sara tua mulher, terá já um filho. (Gn. 18,10).
Sara que ouviu como era já de idade avançada, e estéril, riu-se e pensou:
- “Velha como estou, poderei ainda ter esta alegria, sendo também velho o meu marido?” (Gn. 21,12).
Mas, na verdade, Sara ainda concebeu e deu à luz o seu filho a quem pôs o nome de Isaac. (cf. Gn.Capítulo XXI).
Depois que nasceu Isaac, Sara expulsou a sua escrava com seu filho. (Gn. 21,8-14).
Sara faleceu com cento e vinte e sete anos, e foi sepultada em Kirath-Arba, a actual Hebron, na terra de Canaã.(Gn.23,l-2).
No Novo Testamento Sara é mencionada nas Epístolas.
S. Paulo diz que os filhos da Promessa é que são os verdadeiros descendentes:
- “Os filhos da promessa é que são contados como descendentes”. Porque os termos da Promessa são estes: "Por esse tempo Eu virei e Sara terá um filho”... (Rm. 9,8).
S. Paulo refere-se à sua esterilidade como uma ocasião para a fé de Abraão:
- “Sem vacilar na fé, não tomou em consideração o seu próprio corpo, já sem vigor por ser quase centenário, nem o seio de Sara, já sem vida’.(Rom.4,19).
Sara era a mulher livre a quem ficou confiada uma promessa:
- “Pois está escrito que Abraão teve dois filhos: Um da escrava e outro da mulher livre. Mas o da escrava nasceu segundo a carne, e o da mulher livre (Sara), em virtude da Promessa”. (Gal. 4,22-23).
Sara concebeu pela fé.
É o modelo da mulher obediente que chama senhor ao seu marido:
- “Pela fé, também Sara, apesar da sua avançada idade, recebeu a virtude de conceber porque acreditou na fidelidade d'Aquele que lhe tinha prometido”... (He. 11,11).
- “Como Sara que obedecia a Abraão, chamando-o seu senhor”... (1 Pe.3,6).
E o filho da Promessa chamou-se Isaac:
- «Sou Eu quem ti afirma: Sara, tua mulher, dar-te-á um filho, a quem chamarás Isaac.” Farei uma aliança com ele, aliança que será eterna para a sua posteridade depois dele”.(Gn.17,19).
Exsurge Domini!!!
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